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O MORCEGUISMOS é um espaço inteiramente dedicado aos morcegos e pretende ser um veículo de divulgação e sensibilização. Neste espaço cabe a divulgação de projectos em curso ou concluídos, notícias, e actividades diversas.

Para além disso pretende-se que contribua para uma aproximação do público a este grupo faunístico, e que este público tome parte no aumento do conhecimento sobre morcegos em Portugal, nomeadamente através da informação sobre abrigos de que tenham conhecimento.

No futuro pretende-se ainda criar uma linha de apoio a qualquer assunto relacionado com morcegos, como seja o socorro de morcegos encontrados feridos ou a perturbação de abrigos, entre outros.

Espera-se desta forma dar um contributo importante para a conservação das espécies de morcegos portuguesas.

19 de outubro de 2008

Efeitos do regime de inundação na variação espacial das comunidades de morcegos e aves da Amazónia: implicações para a gestão de reservas naturais

(enviado por Maria João Pereira)

Equipa morcegos: Maria João Pereira, João Tiago Marques, Jorge Palmeirim (coordenador)
Equipa aves: Joana Santana, David Santos, Pedro Beja (coordenador)
Fotografias: Maria João Pereira e João Tiago Marques


Na Amazónia, as áreas que combinam florestas inundáveis e não-inundáveis encerram biodiversidade e endemismo elevados. O rio Amazonas recebe águas com origem no degelo dos Andes, ricas em nutrientes, normalmente chamadas de águas 'brancas', mas muitos dos seus afluentes recebem apenas águas pobres, 'pretas', oriundas da planície florestal. Na Amazónia central co-existem então florestas sazonalmente inundadas por águas 'brancas', a que se chama Várzea e florestas sazonalmente inundadas por águas 'pretas', a que se chama Igapó. Várzeas e Igapós estão integradas numa matriz de florestas de Terra Firme, que nunca alagam. Assim, grande parte da Amazónia central é um mosaico, determinado pelo regime de inundação e pela carga de nutrientes da água.

Os objectivos deste projecto foram determinar a influência do regime de inundação na composição e dinâmica temporal das comunidades de morcegos e aves da Amazónia.

O trabalho de campo decorreu durante o ano de 2007, numa região onde estão adjacentes áreas florestais inundadas por águas 'brancas', águas 'pretas', e não inundáveis - a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (Amazonas, Brasil). De forma a quantificar a abundância de morcegos em cada um dos tipos de floresta foram feitas capturas através de redes japonesas assim como gravações de ultra-sons, quer na época de inundação, que decorre entre Março e Junho, quer na época seca, que decorre entre Setembro e Dezembro. Durante a época de inundação a água pode atingir os 10 metros de altura.

Foram capturadas 60 espécies de morcegos, sendo que é ainda de esperar a identificação de espécies adicionais através das gravações de ultra-sons efectuadas.

Os primeiros resultados indicam que a inundação é um determinante ecológico importante na composição das comunidades de morcegos da Amazónia, sendo a floresta de Terra Firme o biótopo mais diverso e a floresta de Várzea aquela que apresenta maiores densidades de indivíduos.

Esta influência da inundação e da carga de nutrientes da água parece resultar não só da heterogeneidade florística e da estrutura do habitat, que originou diferentes adaptações por diferentes espécies, mas também das diferenças na produtividade de frutos, alimento de grande parte das espécies de morcegos da região, e que está obviamente associda à riqueza de nutrientes existente na água e solo.

Em termos globais, os resultados obtidos para as aves são muito semelhantes.

Mesophylla macconnelliRhinophylla pumilio
Chrotopterus auritusLampronycteris brachyotis
Vampirum spectrum

Mais fotografias no slide-show da coluna do lado esquerdo.

Nota: As fotografias poderão ser cedidas para actividades científicas, de divulgação e educação ambiental sem fins comerciais

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