Equipa morcegos: Maria João Pereira, João Tiago Marques, Jorge Palmeirim (coordenador)
Equipa aves: Joana Santana, David Santos, Pedro Beja (coordenador)
Fotografias: Maria João Pereira e João Tiago Marques
Na Amazónia, as áreas que combinam florestas inundáveis e não-inundáveis encerram biodiversidade e endemismo elevados. O rio Amazonas recebe águas com origem no degelo dos Andes, ricas em nutrientes, normalmente chamadas de águas 'brancas', mas muitos dos seus afluentes recebem apenas águas pobres, 'pretas', oriundas da planície florestal. Na Amazónia central co-existem então florestas sazonalmente inundadas por águas 'brancas', a que se chama Várzea e florestas sazonalmente inundadas por águas 'pretas', a que se chama Igapó. Várzeas e Igapós estão integradas numa matriz de florestas de Terra Firme, que nunca alagam. Assim, grande parte da Amazónia central é um mosaico, determinado pelo regime de inundação e pela carga de nutrientes da água.
Os objectivos deste projecto foram determinar a influência do regime de inundação na composição e dinâmica temporal das comunidades de morcegos e aves da Amazónia.
O trabalho de campo decorreu durante o ano de 2007, numa região onde estão adjacentes áreas florestais inundadas por águas 'brancas', águas 'pretas', e não inundáveis - a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (Amazonas, Brasil). De forma a quantificar a abundância de morcegos em cada um dos tipos de floresta foram feitas capturas através de redes japonesas assim como gravações de ultra-sons, quer na época de inundação, que decorre entre Março e Junho, quer na época seca, que decorre entre Setembro e Dezembro. Durante a época de inundação a água pode atingir os 10 metros de altura.
Foram capturadas 60 espécies de morcegos, sendo que é ainda de esperar a identificação de espécies adicionais através das gravações de ultra-sons efectuadas.
Os primeiros resultados indicam que a inundação é um determinante ecológico importante na composição das comunidades de morcegos da Amazónia, sendo a floresta de Terra Firme o biótopo mais diverso e a floresta de Várzea aquela que apresenta maiores densidades de indivíduos.
Esta influência da inundação e da carga de nutrientes da água parece resultar não só da heterogeneidade florística e da estrutura do habitat, que originou diferentes adaptações por diferentes espécies, mas também das diferenças na produtividade de frutos, alimento de grande parte das espécies de morcegos da região, e que está obviamente associda à riqueza de nutrientes existente na água e solo.
Em termos globais, os resultados obtidos para as aves são muito semelhantes.
Mesophylla macconnelli![]() | Rhinophylla pumilio![]() |
Chrotopterus auritus![]() | Lampronycteris brachyotis![]() |
Vampirum spectrum

Mais fotografias no slide-show da coluna do lado esquerdo.
Nota: As fotografias poderão ser cedidas para actividades científicas, de divulgação e educação ambiental sem fins comerciais
Sem comentários:
Enviar um comentário