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O MORCEGUISMOS é um espaço inteiramente dedicado aos morcegos e pretende ser um veículo de divulgação e sensibilização. Neste espaço cabe a divulgação de projectos em curso ou concluídos, notícias, e actividades diversas.

Para além disso pretende-se que contribua para uma aproximação do público a este grupo faunístico, e que este público tome parte no aumento do conhecimento sobre morcegos em Portugal, nomeadamente através da informação sobre abrigos de que tenham conhecimento.

No futuro pretende-se ainda criar uma linha de apoio a qualquer assunto relacionado com morcegos, como seja o socorro de morcegos encontrados feridos ou a perturbação de abrigos, entre outros.

Espera-se desta forma dar um contributo importante para a conservação das espécies de morcegos portuguesas.

30 de março de 2009

Estarão os espeleólogos e curiosos a contribuir para a disseminação do WNS

O título da notícia original do The Scientist é bem mais sensacionalista, Are cavers killing bats, mas dada toda a incerteza que envolve o síndroma do nariz branco penso que se recomenda alguma prudência. Não obstante, penso que este é um assunto delicado e que merece destaque.

De acordo com cientistas que têm acompanhado a progressão do fungo, os primeiros casos surgiram em cavidades populares entre espeleólogos e o público em geral. Para além disso, no caso do fungo ser disseminado apenas através das migrações, seria de esperar que progredisse de forma gradual de este para oeste, no entanto têm-se verificado alguns grandes saltos.

A comunidade espeleológica tem dado um importante contributo no estudo deste fungo, e têm trabalhado com os investigadores no sentido de adoptar métodos de descontaminação do equipamento e vestuário, a grande preocupação são os espeleólogos amadores. A título de exemplo, a National Speleological Society (NSS) encerrou todas as cavidades, das quais é proprietária, enquanto os morcegos estão presentes. Esta moratória voluntária está a ser adoptada em vários estados, mas os cientistas sugerem que esta deve ser mesmo adoptada a nível nacional até que haja uma maior compreensão deste fenómeno.

O fungo, que se suspeita ser responsável pelo síndroma, pode permanecer activo por mais de duas semanas sem estar em contacto com um hospedeiro. Assim, se os esporos persistirem na roupa ou equipamento, existe a possibilidade dos espeleólogos e curiosos se tornarem vectores, e a confirmar-se que é este fungo que está na origem do fenómeno, a preocupação com o factor humano deve ser prioritária. Contudo, dado o desconhecimento que ainda persiste sobre este fenómeno, a notícia de uma possível moratória a nível nacional não é bem recebida pela comunidade espeleológica, considerando-a prematura. Mesmo dentro da comunidade científica a questão não é consensual, já que há quem considere que no Nordeste dos EUA já é demasiado tarde, e tal moratória não terá qualquer efeito.

Uma das hipóteses sugeridas para o aparecimento do síndroma do nariz branco nas cavidades, é o de se tratar de um fungo que, existindo na natureza, apenas se manifesta quando encontra as condições de temperatura e humidade ideias, tais como as que existem nas cavidades. Originalmente este fungo poderá ter sido transportado para o interior de cavidades, onde se começou a desenvolver. Na Europa não são conhecidos casos de síndroma do nariz branco, no entanto importa referir que quando entramos numa cavidade não nos transportamos apenas a nós, pelo que valerá a pena tomar algumas precauções.

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