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O MORCEGUISMOS é um espaço inteiramente dedicado aos morcegos e pretende ser um veículo de divulgação e sensibilização. Neste espaço cabe a divulgação de projectos em curso ou concluídos, notícias, e actividades diversas.

Para além disso pretende-se que contribua para uma aproximação do público a este grupo faunístico, e que este público tome parte no aumento do conhecimento sobre morcegos em Portugal, nomeadamente através da informação sobre abrigos de que tenham conhecimento.

No futuro pretende-se ainda criar uma linha de apoio a qualquer assunto relacionado com morcegos, como seja o socorro de morcegos encontrados feridos ou a perturbação de abrigos, entre outros.

Espera-se desta forma dar um contributo importante para a conservação das espécies de morcegos portuguesas.

2 de setembro de 2008

Os Morcegos!

Este deveria ter sido o primeiro post do Morceguismos, mas as recentes notícias e iniciativas foram adiando esta "publicação"...

Cá fica então uma breve apresentação dos morcegos para todos aqueles que estão menos familiarizados!
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Em todo o mundo existem cerca de 1200 espécies de morcegos, das quais 24% se encontram ameaçadas. A sua característica mais peculiar é o facto de serem os únicos mamíferos com capacidade de voo. Os morcegos podem ser divididos em dois subgrupos: Megachiroptera, morcegos de maior dimensão e que se podem alimentar de fruta, néctar, peixe, etc.; e Microchiroptera, de menor dimensão, que utilizam um complexo sistema de ultra-sons para se orientarem (semelhante aos golfinhos ou ao sonar dos barcos), e que se alimentam maioritariamente de insectos. Outras classificações têm sido sugeridas, mas ainda não foi possível um consenso.

A grande diversidade de morcegos reflecte-se numa elevada gama de habitats e abrigos utilizados. No que diz respeito aos abrigos estes podem ser árvores, grutas e minas, edifícios, pontes e escarpas, e a mesma espécie pode utilizar diferentes tipos de abrigos durante o ciclo anual. Assim sendo a conservação dos morcegos depende da conservação e gestão de uma grande variedade de habitats. A sua diversidade confere-lhes também um elevado valor patrimonial, ao qual acresce o papel que desempenham no funcionamento dos ecossistemas. Os morcegos insectívoros podem comer, diariamente, cerca de metade do seu peso em insectos, o que revela a sua importância enquanto controladores de pragas agrícolas e até de doenças tropicais. Este último caso poderá ser de extrema importância no contexto das alterações climáticas que, de acordo com alguns especialistas poderá levar ao reaparecimento de doenças tropicais em locais do globo onde já tinham sido erradicadas. Muitos morcegos têm também um importante papel enquanto polinizadores e dispersores de sementes, e em alguns pontos do globo as grandes quantidades de guano (nome que se dá aos seus dejectos) produzidas pelas colónias são um importante fertilizante agrícola. Algumas espécies apresentam também uma importância medicinal, e as suas caraterísticas têm sido utilizadas em investigação aplicada.

Em Portugal todos os morcegos pertencem aos microchiroptera , e todos são insectívoros. No total são conhecidas no nosso país 26 espécies de morcegos, pertencentes a quatro famílas, representando quase metade da fauna de mamíferos terrestres. Todas as espécies presentes em Portugal se encontram protegidas por legislação nacional e internacional, sendo que nove (38%) estão classificadas pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal como ameaçadas (3 Criticamente em Perigo, 1 Em Perigo e 5 vulneráveis). Nove espécies (38%) estão ainda classificadas com Informação Insuficiente, o que significa que a informação disponível não é adequada para avaliar o seu risco de extinção, comprovando o desconhecimento generalizado sobre as espécies de morcegos em Portugal.


Ameaças
Existem hoje evidências de que as populações de morcegos estão em declínio, sendo que a sua área de distribuição está também a diminuir. Estes fenómenos resultam de diversas ameaças de origem humana, designadamente a perturbação e destruição de abrigos; destruição de áreas de alimentação; utilização de pesticidas; atropelamentos; eólicas e alterações climáticas.


Espécies presentes em Portugal e respectiva categoria (CR - Criticamente em Perigo; EN - Em Perigo; VU - vulnerável; LC - Pouco Preocupante; DD - Informação Insuficiente; NE - Não avaliado)
Nome ComumNome CientíficoCategoria
Rhinolophidae
Morcego-de-ferradura-grande Rhinolophus ferrumequinumVU
Morcego-de-ferradura-pequenoRhinolophus hipposiderosVU
Morcego-de-ferradura-mediterrânicoRhinolophus euryaleCR
Morcego-de-ferradura-mouriscoRhinolophus mehelyiCR
Vespertilionidae
Morcego de BechsteinMyotis bechsteiniEN
Morcego-rato-grandeMyotis myotisVU
Morcego-rato-pequenoMyotis blythiiCR
Morcego-de-franjaMyotis nattereriVU
Morcego-lanudoMyotis emarginatusDD
Morcego-de-bigodes
Myotis mystacinus
DD
Morcego-de-água
Myotis daubentonii
LC
Morcego-anão
Pipistrellus pipistrellus
LC
Morcego de Nathusius
Pipistrellus nathusii
NE
Morcego de Kuhl
Pipistrellus kuhlii
LC
Morcego da Madeira
Pipistrellus madeirensis
CR
Morcego-pigmeu
Pipistrellus pygmaeus
LC
Morcego de Savi
Hypsugo savii
DD
Morcego-arborícola-pequeno
Nyctalus leisleri
DD
Morcego dos Açores
Nyctalus azoreum
CR
Morcego-arborícola-grande
Nyctalus noctula
DD
Morcego-arborícola-gigante
Nyctalus lasiopterus
DD
Morcego-hortelão
Eptesicus serotinus
LC
Morcego-negro
Barbastella barbastellus
DD
Morcego-orelhudo-castanho
Plecotus auritus
DD
Morcego-orelhudo-cinzento
Plecotus austriacus
LC
Miniopteridae
Morcego-de-peluche
Miniopterus schreibersi
VU
Molossidae
Morcego-rabudo
Tadarida teniotis
DD
(adaptado do Livro Vermelho dos Vertebrados)


(este artigo será continuamente melhorado, se tiver alguma sugestão envie-nos para o nosso e-mail)

2 comentários:

Felipe Bruno Martins Fernandes disse...

A moderação está de parabéns pelo Blog. Vou subscrever. Sou biólogo e atuo nas ciências humanas. Abraços, Felipe

Carla Espada disse...

parabéns pelo blog, tem informações excelentes para quem, como eu, conhece pouco os morcegos, mas tem curiosidade em saber mais. Também já subscrevi :)